ISBN: 978-989-688-251-8.
Formato: 13 x 9,5 cm - 40 pág. - P.V.P.: € 5,00.
À FLOR DA PELE
É o sangue que salta
do furo do corte
sem a palavra muda
que se deixa morrer na boca.
Escorre esse sangue no vermelho
do próprio vermelho,
onde o vermelho se faz do avesso
e paralisa a bala junto à fronte.
A poesia não sabe dizer o fim das coisas
e não interfere na vida,
mas a vida interfere no poema
e o poeta só observa em sua morte.
É o vaso que se quebra
e transforma a poesia em nada.
A poesia sempre foi nada
na ordem das coisas,
mas as coisas não têm ordem:
isso não tem significado nenhum.